O vento

O vento...


O vento soprava enquanto eu ia

Por caminhos tortuosos descia

No peito um coração que sofria

Mesmo assim minha alma sorria



Ser a brisa suave ele queria

Mas a pele na face enrijecia

O vento soprava enquanto eu ia

Ver onde o horizonte se perdia


Além do mar que se encolhia

Vou voar e me perder no céu um dia

Entre os anjos sei que me envolveria

Jamais provar a dor que me consumia

O vento soprava enquanto eu ia



quarta-feira, 30 de junho de 2010

O UIVO

por Allen Ginsberg


Para Carl Solomon

I


Eu vi os expoentes da minha geração, destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus, arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer coisa, hipsters com cabeça de anjo ansiando pelo antigo contato celestial com o dínamo estrelado da maquinaria da noite, que pobres esfarrapados e olheiras fundas, viajaram fumando sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis apartamentos sem água quente, flutuando sobre os tetos das cidades contemplando o jazz, que desnudaram seus cérebros ao céu sob o Elevado e viram anjos maometanos cambaleando iluminados nos telhados das casas de cômodos, que passaram por universidades com olhos frios e radiantes alucinando Arkansas e tragédias à luz de Blake entre os estudiosos da guerra, que foram expulsos das universidades por serem loucos & publicarem odes obscenas nas janelas do crânio, que se refugiaram em quartos de paredes de pintura descascada em roupa de baixo queimando seu dinheiro em cestos de papel escutando o Terror através da parede, que foram detidos em suas barbas púbicas voltando por Laredo com um cinturão de marijuana para Nova Iorque, que comeram fogo em hotéis mal pintados ou beberam terebentina em Paradise Alley, morreram ou flagelaram seus torsos noite após noite com som, sonhos, com drogas, com pesadelos na vigília, álcool e caralhos em intermináveis orgias, incomparáveis ruas cegas sem saída de nuvem trêmula, e clarão na mente pulando nos postes dos pólos de Canadá & Paterson, iluminando completamente o mundo imóvel do Tempo intermediário, solidez de Peiote dos corredores, aurora de fundo de quintal das verdes árvores do cemitério, porre de vinho nos telhados, fachadas de lojas de subúrbio na luz cintilante de neon do tráfego na corrida de cabeça feita do prazer, vibrações de sol e lua e árvore no tronco de crepúsculo de inverno do Brooklyn, declamações entre latas de lixo e a suave soberana luz da mente, que se acorrentaram aos vagões do metrô para o infindável percurso do Battery ao sagrado Bronx de benzedrina até que o barulho das rodas e crianças os trouxesse de volta, trêmulos, a boca arrebentada o despovoado deserto do cérebro esvaziado de qualquer brilho na lúgubre luz do Zoológico, que afundaram a noite toda na luz submarina de Bickford´s, voltaram à tona e passaram a tarde de cerveja choca no desolado Fuggazi´s escutando o matraquear da catástrofe na vitrola automática de hidrogênio, que falaram setenta e duas horas sem parar do parque ao apê ao bar ao Hospital Bellevue ao Museu à Ponte do Brooklyn, batalhão perdido de debatedores platônicos saltando dos gradis das escadas de emergência dos parapeitos das janelas do Empire State da Lua, tagarelando, berrando, vomitando, sussurrando fatos e lembranças e anedotas e viagens visuais e choques nos hospitais e prisões e guerras, intelectos inteiros regurgitados em recordação total com os olhos brilhando por sete dias e noites, carne para a sinagoga jogada à rua, que desapareceram no Zen de Nova Jersey de lugar algum deixando um rastro de postais ambíguos do Centro Cívico de Atlantic City, sofrendo suores orientais, pulverizações tangerianas de ossos e enxaquecas da China por causa da falta da droga no quarto pobremente mobiliado de Newark, que deram voltas e voltas à meia noite no pátio da ferrovia perguntando-se aonde ir e foram, sem deixar corações partidos, que acenderam cigarros em vagões de carga, vagões de carga, vagões de carga, que rumavam ruidosamente pela neve até solitárias fazendas dentro da noite do avô, que estudaram Plotino, Poe, São João da Cruz, telepatia e bop-cabala pois o Cosmos instintivamente vibrava a seus pés em Kansas, que passaram solitários pelas ruas de Idaho procurando anjos índios e visionários que eram anjos índios e visionários que só acharam que estavam loucos quando Baltimore apareceu em estase sobrenatural, que pularam em limusines com o chinês de Oklahoma no impulso da chuva de inverno na luz das ruas da cidade pequena à meia-noite, que vaguearam famintos e sós por Houston procurando jazz ou sexo ou rango e seguiram o espanhol brilhante para conversar sobre a América e a Eternidade, inútil tarefa, e assim embarcaram num navio para a África, que desapareceram nos vulcões do México nada deixando além da sombra das suas calças rancheiras e a lava e a cinza da poesia espalhadas pela lareira Chicago, que reapareceram na Costa Oeste investigando o FBI de barba e bermudas com grandes olhos pacifistas e sensuais nas suas peles morenas, distribuindo folhetos ininteligíveis, que apagaram cigarros acesos nos seus braços protestando contra o nevoeiro narcótico de tabaco do Capitalismo, que distribuiram panfletos supercomunistas em Union Square, chorando e despindo-se enquanto as Sirenes de Los Alamos os afugentavam gemendo mais alto que eles e gemiam pela Wall Street e também gemia a balsa de Staten Island que caíram em prantos em brancos ginásios desportivos, nus e trêmulos diante da maquinaria de outros esqueletos, que morderam policiais no pescoço e berraram de prazer nos carros de presos por não terem cometido outro crime a não ser sua transação pederástica e tóxica, que uivaram de joelhos no metrô e foram arrancados do telhado sacudindo genitais e manuscritos, que se deixaram foder no rabo por motociclistas santificados e berraram de prazer, que enrabaram e foram enrabados por esses serafins humanos, os marinheiros, carícias de amor atlântico e caribenho, que transaram pela manhã e ao cair da tarde em roseirais, na grama de jardins públicos e cemitérios, espalhando livremente seu sêmen para quem quisesse vir, que soluçaram interminavelmente tentando gargalhar mas acabaram choramingando atrás de um tabique de banho turco onde o anjo loiro e nu veio trespassá-los com sua espada, que perderam seus garotos amados para as três megeras do destino, a megera caolha do dólar heterossexual, megera caolha que pisca de dentro do ventre e a megera caolha que só sabe sentar sobre sua bunda retalhando os dourados fios intelectuais do tear do artesão, que copularam em êxtase insaciável com um garrafa de cerveja, uma namorada, um maço de cigarros, uma vela, e caíram na cama e continuaram pelo assoalho e pelo corredor e terminaram desmaiando contra a parede com uma visão da boceta final e acabaram sufocando o derradeiro lampejo da consciência, que adoçaram as trepadas de um milhão de garotas trêmulas ao anoitecer, acordaram de olhos vermelhos no dia seguinte mesmo assim prontos para adoçar trepadas na aurora, bundas luminosas nos celeiros e nus no lago, que foram transar em Colorado numa miríade de carros roubados à noite, N.C., herói secreto destes poemas, garanhão e Adônis de Denver – prazer ao lembrar suas incontáveis trepadas com garotas em terrenos baldios & pátios dos fundos de restaurantes de beira de estrada, raquíticas fileiras de poltronas de cinema, picos de montanha cavernas com esquálidas garçonetes no familiar levantar de saias solitário à beira da estrada & especialmente secretos solipsismos de mictórios de postos de gasolina & becos da cidade natal também, que se apagaram em longos filmes sórdidos, foram transportados em sonho, acordaram num Manhattan súbito e conseguiram voltar com uma impiedosa ressaca de adegas de Tokay e horror dos sonhos de ferro da Terceira Avenida & cambalearam até as agências de desemprego, que caminharam a noite toda com os sapatos cheios de sangue pelo cais coberto por montões de neve, esperando que uma porta se abrisse no East River dando para um quarto cheio de vapor e ópio, que criaram grandes dramas suicidas nos penhascos de apartamentos do Houston à luz azul de holofote antiaéreo da luta & suas cabeças receberão coroas de louro no esquecimento, que comeram o ensopado de cordeiro da imaginação ou digeriram o caranguejo do fundo lodoso dos Rios de Bovery, que choraram diante do romance das ruas com seus carrinhos de mão cheios de cebola e péssima música, que ficaram sentados em caixotes respirando a escuridão sob a ponte e ergueram-se para construir clavicórdios em seus sótãos, que tossiram num sexto andar do Harlem coroando de chamas sob um céu tuberculoso rodeados pelos caixotes de laranja da teologia, que rabiscaram a noite toda deitando e rolando sobre invocações sublimes que ao amanhecer amarelado revelaram-se versos de tagarelice sem sentido, que cozinharam animais apodrecidos, pulmão coração pé rabo borscht & tortilhas sonhando com o puro reino vegetal, que se atiraram sob caminhões de carne em busca de um ovo, que jogaram seus relógios do telhado fazendo seu lance de aposta pela Eternidade fora do Tempo & despertadores caíram em suas cabeças por todos os dias da década seguinte, que cortaram seus pulsos sem resultado três vezes seguidas, desistiram e foram obrigados a abrir lojas de antiguidades onde acharam que estavam ficando velhos e choraram, que foram queimados vivos em seus inocentes ternos de flanela em Madison Avenue no meio das rajadas de versos de chumbo & o estrondo contido dos batalhões de ferro da moda & os guinchos de nitroglicerina das bichas da propaganda & o gás mostarda de sinistros editores inteligentes ou foram atropelados pelos taxis bêbados da Realidade Absoluta, que se jogaram da ponte de Brooklyn, isso realmente aconteceu, e partiram esquecidos e desconhecidos para dentro da espectral confusão das ruelas de sopa & carros de bombeiros de Chinatown, nem uma cerveja de graça, que cantaram desesperados nas janelas, jogaram-se da janela do metrô saltaram no imundo rio Paissac, pularam nos braços dos negros, choraram pela rua afora, dançaram sobre garrafas quebradas de vinho descalços arrebentando nostálgicos discos de jazz europeu dos anos 30 na Alemanha, terminaram o whisky e vomitaram gemendo no toalete sangrento, lamentações nos ouvidos e o sopro de colossais apitos a vapor, que mandaram brasa pelas rodovias do passado viajando pela solidão da vigília da cadeia de Gólgota de carro envenenado de cada um ou então a encarnação do Jazz de Birmingham, que guiaram atravessando o país durante setenta e duas horas para saber se eu tinha tido uma visão ou se ele tinha tido uma visão para descobrir a Eternidade, que viajaram para Denver, que morreram em Denver, que retornaram a Denver & esperaram em vão, que espreitaram Denver & ficaram parados pensando & solitários em Denver e finalmente partiram para descobrir o Tempo & agora Denver está saudosa de seus heróis, que caíram de joelhos em catedrais sem esperança rezando por sua salvação e luz e peito até que a alma iluminasse seu cabelo por um segundo, que se arrebentassem nas suas mentes na prisão aguardando impossíveis criminosos de cabeça dourada e o encanto da realidade em seus corações que entoavam suaves blues de Alcatraz, que se recolheram ao México para cultivar um vício ou às Montanhas Rochosas para o suave Buda ou Tânger para os garotos do Pacífico Sul para a locomotiva negra ou Havard para Narciso para o cemitério de Woodlaw para a coroa de flores para o túmulo, que exigiram exames de sanidade mental acusando o rádio de hipnotismo & foram deixados com sua loucura & e mãos & um júri suspeito, que jogaram salada de batata em conferencistas da Universidade de Nova Iorque sobre Dadaísmo e em seguida se apresentaram nos degraus de granito do manicômio com cabeças raspadas e fala de arlequim sobre suicídio, exigindo lobotomia imediata, e que em lugar disso receberam o vazio concreto da insulina metrazol choque elétrico hidroterapia psicoterapia terapia ocupacional pingue-pongue & amnésia, que num protesto sem humor viraram apenas uma mesa simbólica de pingue-pongue mergulhando logo a seguir na catatonia, voltando anos depois, realmente calvos exceto por uma peruca de sangue e lágrimas e dedos para a visível condenação de louco nas celas das cidades-manicômio do Leste, Pilgrim State, Rockland, Greystone, seus corredores fétidos, brigando com os ecos da alma, agitando-se e rolando e balançando no banco de solidão à meia-noite dos domínios de mausoléu druídico do amor, o sonho da vida um pesadelo, corpos transformados em pedras tão pesadas quanto a lua, com a mãe finalmente ***** e o último livro fantástico atirado pela janela do cortiço e a última porta fechada às 4 da madrugada e o último telefone arremessado contra a parede em resposta e o último quarto mobiliado esvaziado até a última peça de mobília mental, uma rosa de papel amarelo retorcida num cabide de arame do armário e até mesmo isso imaginário, nada mais que um bocadinho esperançoso de alucinação – ah, Carl, enquanto você não estiver a salvo eu não estarei a salvo e agora você está inteiramente mergulhado no caldo animal total do tempo – e que por isso correram pelas ruas geladas obcecadas por um súbito clarão da alquimia do uso da elipse do catálogo do metro inviável & do plano vibratório, que sonharam e abriram brechas encarnadas no Tempo & Espaço através de imagens justapostas e capturaram o arcanjo da alma entre 2 imagens visuais e reuniram os verbos elementares e juntaram o substantivo e o choque da consciência saltando numa sensação de Pater Omnipotens Aeterne Deus, para recriar a sintaxe e a medida da pobre prosa humana e ficaram parados à sua frente, mudos e inteligentes e trêmulos de vergonha, rejeitados todavia expondo a alma para conformar-se ao ritmo do pensamento em sua cabeça nua e infinita, o vagabundo louco e Beat angelical no Tempo, desconhecido mas mesmo assim deixando aqui o que houver para ser dito no tempo após a morte, e se reergueram reencarnados na roupagem fantasmagórica do jazz no espectro de trompa dourada da banda musical e fizeram soar o sofrimento da mente nua da América pelo amor num grito de saxofone de eli eli lama lama sabactani que fez com que as cidades tremessem até seu último rádio, com o coração absoluto do poema da vida arrancado de seus corpos bom para comer por mais mil anos.

II


Que esfinge de cimento e alumínio arrombou seus crânios e devorou seus cérebros e imaginação? Moloch! Solidão! Sujeira! Fealdade! Latas de lixo, os dólares intangíveis! Crianças berrando sob as escadarias! Garotos soluçando nos exércitos! Velhos chorando nos parques! Moloch! Moloch! Pesadelo de Moloch! Moloch o mal-amado! Moloch mental! Moloch o pesado juiz dos homens! Moloch a incompreensível prisão! Moloch o presídio desalmado de tíbias cruzadas e o Congresso dos Sofrimentos! Moloch cujos prédios são julgamento! Moloch a vasta pedra da guerra! Moloch os governos atônitos! Moloch cuja mente é pura maquinaria! Moloch cujo sangue é dinheiro corrente! Moloch cujos dedos são dez exércitos! Moloch cujo peito é um dínamo canibal! Moloch cujo ouvido é um túmulo fumegante! Moloch cujos olhos são mil janelas cegas! Moloch cujos arranha-céus jazem ao longo de ruas como infinitos Jeovás! Moloch cujas fábricas sonham e grasnam na neblina! Moloch cujas colunas de fumaça e antenas coroam as cidades! Moloch cujo amor é interminável óleo e pedra! Moloch cuja alma é eletricidade e bancos! Moloch cuja pobreza é o espectro do gênio! Moloch cujo destino é uma nuvem de hidrogênio sem sexo! Moloch cujo nome é a Mente!
Moloch em que permaneço solitário! Moloch em que sonho com anjos! Louco em Moloch! Chupador de caralhos em Moloch! Mal-amado e sem homens em Moloch! Moloch que penetrou cedo na minha alma! Moloch em quem sou uma consciência sem corpo! Moloch que me afugentou do meu êxtase natural! Moloch a quem abandono! Despertar em Moloch! Luz escorrendo do céu! Moloch! Moloch! Apartamentos de robôs! Subúrbios invisíveis! Tesouros de esqueletos! Capitais cegas! Indústrias demoníacas! Nações espectrais! Invencíveis hospícios! Caralhos de granito! Bombas monstruosas! Eles quebraram suas costas erguendo Moloch ao Céu! Calçamento, arvores, rádios, toneladas! Levantando a cidade ao Céu que existe e está em todo lugar ao nosso redor! Visões! Profecias! Alucinações! Milagres! Êxtases! Descendo pela correnteza do rio americano! Sonhos! Adorações! Iluminações! Religiões! O carregamento todo em bosta sensitiva! Desabamentos! Sobre o rio! Saltos e crucificações! Descendo a correnteza! Ligados! Epifanias! Desesperos! Dez anos de gritos animais e suicídios! Mentes! Amores novos! Geração louca! Jogados nos rochedos do Tempo! Verdadeiro riso no santo rio! Eles viram tudo! O olhar selvagem! Os berros sagrados! Eles deram adeus! Pularam do telhado! Rumo à solidão! Acenando! Levando flores! Rio abaixo! Rua acima!

III


Carl Solomon! Eu estou com você em Rockland onde você está mais louco do que eu. Eu estou com você em Rockland onde você deve sentir-se muito estranho. Eu estou com você em Rockland onde você imita a sombra da minha mãe. Eu estou com você em Rockland onde você assassinou suas doze secretárias. Eu estou com você em Rockland onde você ri desse humor invisível. Eu estou com você em Rockland onde somos grandes escritores na mesma abominável máquina de escrever. Eu estou com você em Rockland onde seu estado se tornou muito grave e é noticiado pelo rádio. Eu estou com você em Rockland onde as faculdades do crânio não agüentam mais os vermes dos sentidos. Eu estou com você em Rockland onde você bebe o chá dos seios das solteironas de Utica. Eu estou com você em Rockland onde você bolina os corpos das suas enfermeiras as harpias do bronx. Eu estou com você em Rockland onde você grita de dentro de uma camisa de força que está perdendo o verdadeiro jogo de pingue-pongue do abismo. Eu estou com você em Rockland onde você martela o piano catatônico a alma é inocente e imortal e nunca poderia morrer impiamente num hospício armado. Eu estou com você em Rockland onde com mais de cinqüenta eletrochoques sua alma nunca mais retornará a seu corpo de volta de sua peregrinação rumo a uma cruz no vazio. Eu estou com você em Rockland onde você acusa seus médicos de loucura e prepara a revolução socialista hebraica contra o Gólgota nacional e fascista. Eu estou com você em Rockland onde você rasga os céus de Long Island e faz surgir seu Jesus vivo e humano do túmulo sobre-humano. Eu estou com você em Rockland onde há mais de vinte e cinco mil camaradas loucos todos juntos cantando os versos finais da Internacional. Eu estou com você em Rockland onde abraçamos e beijamos os Estados Unidos sob nossas cobertas Estados Unidos que tossem a noite toda e não nos deixam dormir. Eu estou com você em Rockland onde despertamos eletrocutados do coma pelos nossos próprios aeroplanos da mente roncando sobre o telhado eles vieram jogar bombas angelicais o hospital ilumina-se paredes imaginárias desabam Ó legiões esqueléticas correi para fora. Ó choque de misericórdia salpicado de estrelas a guerra eterna chegou Ó vitória esquece tua roupa de baixo estamos livres. Eu estou com você em Rockland nos meus sonhos você caminha gotejante de volta de uma viagem marítima pela grande rodovia que atravessa a América em lágrimas até a porta do meu chalé dentro da Noite Ocidental.

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