Cantar Charqueada
Até eu cantei charqueada
chorando a sorte do boi.
Mas descobri que meu canto
tem raízes noutro campo:
por trás das cancelas mudas,
por trás das facas agudas.
Meu canto é uma carne escura
charqueada a relho na nalga;
é figura seminua
junto às gamelas de salga.
Carne escura exposta ao vento
dos varais do saladeiro
exposta viva ao sol quente
e suas facas carneadeiras.
Carne que se compra e vende
e de bem longe se importa
se salga, seca e só perde
quando já é carne morta
E meu canto é dessa carne
que não é minha e me dói
sangrando no sol da tarde
de um tempo que enfim se foi
Cabe a mim cantar charqueada
chorando a sorte do boi?
Oliveira Silveira
Pêlo Escuro
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O vento
O vento...
O vento soprava enquanto eu ia
Por caminhos tortuosos descia
No peito um coração que sofria
Mesmo assim minha alma sorria
Ser a brisa suave ele queria
Mas a pele na face enrijecia
O vento soprava enquanto eu ia
Ver onde o horizonte se perdia
Além do mar que se encolhia
Vou voar e me perder no céu um dia
Entre os anjos sei que me envolveria
Jamais provar a dor que me consumia
O vento soprava enquanto eu ia
Quem sou eu
segunda-feira, 28 de junho de 2010
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